sábado, 24 de julho de 2010

Aí vai um conto. Na Linha Realismo fantástico. Coisa curta para não ficar sem escrever. Antes a frase do dia: EU CANTO QUANDO ESTOU TRISTE E TODOS FICAM TRISTE QUANDO EU CANTO. (se não me engano é do Millor Fernandes). Antes os informes. Não escrevi estes dias pois (ói que xique) adquiri um virus. Estas coisa que andam por aí a grudar na gente dando ansia de vômito, diárreia dores no corpo. Agora estou me recuperando. A propósito venham conhecer meus móveis. Estou recuperando móveis e em breve estarão em exposição. Outra coisa é a idéia de fazer uma exposição de caricaturas lá na Livraria Ciciliano. Para isto estou preparando caricaturas.
Abraços e até a próxima postagem.

O OLHO

Ele em silencio retirou o unico olho que ainda possuia. Só assim conseguia assobiar. E neste dia resolvera assobiar pois estava feliz. Deste modo cumpriu o ritual de sempre. De sempre quer dizer, de quando retirava o único olho que possuia. Falo aqui do olho do rosto. Encheu um copo de água até a metade, colocou duas gotas de detergente, tapou o copo com o toco de braço que possuia e sacudiu vigorosamente. A água espalhou por todo lado. pois o toco de braço não permitia que o copo ficasse totalmente fechado. Feito isto verificou a quantia de água presente no copo. Feliz com o que viu, apertou a pápebra esquerda encostando o rosto contra o copo. Com um "ploc" característico o olho saltou, indo cair na agua com detergente.
Apoiou a mão sobre a pia, e certificando-se de haver um lugar seguro onde apoiar o copo ali deixou-o.
Deu meia volta no calcanhar e abandonou a cozinha, sem trombar com nada. Não nos esqueçamos que a esta altura ele estava cego. Cego mas um grande conhecedor do espaço onde habitava. Deste modo foi postar-se defronte a televisão no outro cômodo quase que no extremo da casa. Para isto teve de atravessar doze lances de escada, e passar beirando a piscina. Tudo isto ele fez com a leveza e o profissionalismo daquela gente que no circo (algém lembra de circo?)atravessa a corda lá no alto de ponta a ponta com os olhos vendados.
Ligou a televisão e mais uma vez se perguntou por que o fazia já que não tinha olho, ou melhor se desfizera momentâneamente do seu.
Deu de ombros ao invez de responder a si mesmo. Ficou ali defronte á televisão por uma hora e meia, e resolveu dormir. Encostou no travesseiro (ele estava no quarto). e adormeceu.
Acordou no meio da noite em desespero. Não enxergava nada. Saiu feito um zumbi pela casa,até ir parar na cozinha, onde sua mão bateu contra um copo e algo foi ao chão. Tateou ficou feliz ao reconhecer o objeto como um olho. Depois pensou; mas de que me serve um olho se não posso colocá-lo de volta... Diante deste raciocínio, acabou de acordar e deu um grito desesperador que ecoou pela casa... Aquele madito pesadelo. Outra vez sonhando que retirava o próprio olho. Só que desta vez realmente o tirara... Escorregou pela parede da pia, caindo sentado no chão chorando, se posso usar este termo... Diante de si somente a escuridão.

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